quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Dadinha, Uma Vira Lata


Dadinha, Uma Vira Lata

Dadinha nasceu uma cadelinha magrinha, fraquinha, sem raça definida. Por isso, foi abandonada ainda filhotinho a sua própria sorte, vivia jogada na rua, correndo atrás de uns e outros, sempre a cata de ter um dono, de alguém para que pudesse amar que a amasse também. Mas, era sempre rejeitada, uns nem a olhava, outros a chutava, saia sempre triste por nunca achar quem a queria. À noite, ela chorava muito triste, o jeito dela chorar, era uivando para a lua.

Os dias iam passando, passando, nada de Dadinha encontrar seu dono. Até que um dia ela ouviu alguém dizendo enquanto a chutava:

-Sai pra lá vira lata.

Ela pensou o que viria a ser vira lata, mais não sabia, pensou, pensou, não achou a resposta para seus pensamentos. Então saiu perguntando para os outros cachorros de rua como ela, mais nenhum respondia, perguntou aqui, perguntou ali, até que encontrou com uns cachorros maiores, em mais velhos, já experientes na vida, que explicou a ela que vira lata é cachorro sem raça, definida, para ser mais claro, uma mistura de raças. Por isso os seres humanos os rejeitavam. Pois eles só gostam de cachorros de raças, por isso é que os vira latas vivia jogada nas ruas deixada a sua própria sorte.

Com tudo que ouviu, Dadinha ficou muito triste, cabisbaixa. Nesta

Noite, chorou muito, pois descobriu que não iria ter dono para amar e ser amiga. Deste dia em diante, não correu mais atrás de ninguém, nem balançou mais o rabinho fazendo festa para as pessoas. Mas, na vida, nunca sabemos quando coisa boa irá acontecer e em uma bela tarde de sol, ia Dadinha andando pela rua triste, cabisbaixa, rabinho caído entre as patas. Quando passou de frente com um lindo jardim de uma casa, nem olhou porque estava sentindo muita fome, sede, pois não tinha comido e nem bebido nada. Porque achou nem um pedacinho de pão jogado na rua e nem uma poça de água pra beber.

De repente, ela sentiu algo a pegando e a levantando para cima, levou um grande susto, ficou com tanto medo que fechou os olhos. Foi quando ouviu uma voz de criança falando com ela, abriu os olhos, vendo uma linda menina de tranças, falando e dizia assim:

-Oi, eu sou Mariazinha e você como chama?

Dadinha deu um grunhido baixinho. Mariazinha entendeu e disse:

-Ah! Seu nome é Dadinha! Prazer quer ser minha amiga? Porque estou precisando de amigos. Ouvi minha tia dizendo outro dia pra minha mãe, que os cães são os melhores amigos do homem e grandes companheiros das crianças. Estou cansada de ser só. Não tenho irmãos, nem amigos. Quero ser sua amiga. Você quer ser minha amiga também?

Dadinha deu um latido, abanou o rabinho no rosto de Mariazinha que ficou tão alegre, que a abraçou apertado e disse:

- Daqui pra frente, vamos ficar sempre juntas eu prometo.

Dadinha não acreditou no que estava ouvindo. Mas, pensou, meu desejo está sendo realizado, em pensamento disse Obrigado meu Deus.

E lá se foi Mariazinha do jardim para dentro de casa com Dadinha nos braços, fazendo planos pra duas, dizendo para Dadinha:

-Você vai dormir no meu quarto em uma caminha fofinha ao lado da minha, vai ter uma vasilha com comida e outra com água, irá tomar banho todos os sábados. Quando entrou dentro de casa, gritou toda feliz com Dadinha nos braços.

Mãe! Pai! E trouxe uma surpresa que encontrei no portão, vem ver.

Quando os pais viram, ficaram bravos com ela, mandou que ela colocasse o cachorro pra fora, não queria cachorro dentro casa. Mas, Mariazinha já tinha decidido como também já havia prometido a Dadinha que elas seriam amigas e não iria separar uma da outra. Então ela abriu a boca, chorou, bateu o pé, deu birra até amolecer o coração dos pais e eles aceitarem dadinha como o mais novo membro da família.

Desse dia pra frente, a vida de Dadinha mudou, pois agora ela estava muito feliz, tinha uma família, uma dona que amava muito e que a amava também. Eram grandes amigas e companheiras de brincadeiras. Em uma noite Dadinha ficou acordada olhando para Mariazinha dormindo e pensou e orou a Deus em seu pequeno coração assim:

-Deus, sou muito feliz, pois amo muito Mariazinha, que não importou por eu viver na rua e muito menos por eu ser uma vira lata. Só posso agradecer por essa felicidade. Faça com que todo o cachorro abandonado encontrou um dono também. Porque agora sei que quando existe amor até os vira latas são amados e são felizes.

E dormiu sonhado com a felicidade de ser amada.


Luvimar Alves



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